Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 3 - número 1 - 2024
52 Doença venosa crônica em mulheres Marcos Arêas Marques et al. Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.3, n.1, p.51-59, jan-abr 2024 e necessitam de investigação e/ou tratamento. Insuficiência venosa crônica: termo reservado à DVC avançada, associa- da ao edema, alterações cutâneas ou ulceração. Síndrome pós-trombótica: DVC secun- dária à trombose venosa profunda (TVP). Síndrome da congestão pélvica: sin- tomas crônicos que incluem dor pélvica, sensação de peso na região perineal, urgência urinária e/ou dispareunia, causadas pelo refluxo e/ou obstrução de veias ovarianas e/ou pélvicas, asso- ciadas às varizes vulvares, perineais e/ou de MMII. é a manifestação mais comum da DVC de membros inferiores (MMII). (3,4) CLASSIFICAÇÃO Na tentativa de padronizar a terminologia referente à história natural da DVC, algumas classificações foram propostas e sofreram atualizações ao longo dos anos, porém ne- nhuma delas pode ser considerada ideal. O desenvolvimento de umsistema padronizado de classificação clínica é fundamental tanto para a compreensão da história natural da doença, quanto para a comparação de mé- todos de diagnóstico e tratamento. (5) A classificação CEAP (acrônimo, do inglês, Clinical – Etiological – Anatomical – Pathophysiological ) é, atualmente, a mais utilizada no mundo e visa facilitar e unifor- mizar descrições empublicações científicas sobre a DVC (Quadro 1). (5) Esse sistema é baseado emmanifestações clínicas (C), fa- tores etiológicos (E), distribuição anatômica (A) e fisiopatologia subjacente (P). UNIFORMIZAÇÃO DOS TERMOS Em 2009, o Fórum Venoso Americano propôs uma atualização dos termos referen- tes à DVC em um documento (1) consensual: Desordem venosa crônica: inclui todo o espectro funcional e morfológico das anormalidades do sistema venoso. Doença venosa crônica: qualquer anor- malidade morfológica e funcional do sistema venoso, de longa duração, que se manifesta com sinais e/ou sintomas Quadro 1 Classificação clínica da CEAP. Adaptado de Lurie F, et al. J Vasc Surg Venous Lymphat Disord. 2020;8(3):342-352. C0 Sem varizes visíveis ou palpáveis C1 Telangiectasias ou veias reticulares C2 Veias varicosas C2r Veias varicosas recorrentes C3 Edema C4 Alterações cutâneas e tecido celular subcutâneo secundárias a DVC C4a Pigmentação ou eczema C4b Lipodermatoesclerose ou atrofia branca C4c Corona phlebectatica C5 Úlcera venosa cicatrizada C6 Úlcera venosa ativa C6r Úlcera venosa recorrente
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