Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 3 - número 1 - 2024
55 Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.3, n.1, p.51-59, jan-abr 2024 Doença venosa crônica em mulheres Marcos Arêas Marques et al. O sinal mais comum e precoce é a for- mação de edema perimaleolar, que inicial- mente aparece ao fim do dia e regride com o repouso, porém nos estágios mais avan- çados pode não regredir completamente com o repouso. (16,17) Com a progressão da doença, podem surgir hipercromias acasta- nhadas em face medial do terço inferior de perna, associadas à inflamação e à fibrose cutânea (lipodermatoesclerose [Figura 2]), que podem evoluir, com ulceração da região maleolar medial. Outras complicações que podem ocorrer são a varicorragia, trombose venosa superficial e profunda. (16-18) O desconforto ou incômodo estético é muito comum, sendo muitas vezes a prin- cipal causa de procura por tratamento, mesmo no paciente assintomático. (16) DIAGNÓSTICO O diagnóstico é feito na maioria das vezes mediante anamnese e exame físico. O eco Doppler colorido (EDC) venoso superficial e profundo de MMII é o exame complementar de escolha em pacientes com DVC e é o padrão de referência na avaliação da morfologia e hemodinâmica. (19) Além disso o EDC auxilia na definição da etiologia das varizes, se são primárias ou secundárias, relacionadas a alguma outra doença, como por exemplo TVP, varizes pélvicas ou síndrome de May-Thurner. A pletismografia a ar ou a fotopletis- mografia podem ser solicitadas em casos selecionados, para avaliar a função das bombas impulso-aspirativas dos MMII e a eficácia do tratamento realizado. TRATAMENTO CLÍNICO O tratamento clínico consiste em esti- mular a mudança de hábitos de vida, evi- tando a postura estática durante o trabalho, incentivando a perda de peso e a prática regular de exercícios físicos. O uso diário de meias elásticas de com- pressão graduada (MECG) e de medica- mentos venotônicos, como cumarina, troxer- rutina, diosmina/hesperidina, picnogenol, melilotus oficinalis e castanha da índia, pode amenizar os sinais e sintomas da DVC. Figura 2 Varizes, lipodermatoesclerose e úlcera cicatrizada em perna direita.
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