Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 3 - número 1 - 2024

58 Doença venosa crônica em mulheres Marcos Arêas Marques et al. Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.3, n.1, p.51-59, jan-abr 2024 O refluxo das VP pode ser drenado para veias dos MMII, causando varizes prin- cipalmente na região glútea, face interna do terço proximal da coxa e região vulvar (Figura 4). (21) Estima-se que a recidiva de varizes de MMII por presença de VP con- comitante chegue a 17%. (25) O diagnóstico de VP é realizado através da ultrassonografia transvaginal. Para com- plementação diagnóstica e planejamento do tratamento pode ser necessária a realização de flebografia, tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética. É im- portante salientar que a presença de veias dilatadas na pelve observada em exames complementares nem sempre tem signi- ficado clínico e, portanto, deve-se sempre associar esse achado com a anamnese para a correta condução do caso. (15) TRATAMENTO DA VP E DA SCP O tratamento clínico pode ser feito com acetato de progesterona ou implante de etonogestrel, ambos contraindicados na gestante. (15) O tratamento cirúrgico clássico consiste na ligadura da veia ovariana ou da veia ilíaca interna por videolaparoscopia. Em casos que esse tratamento não é resoluti- vo, pode ser necessária, eventualmente, a histerectomia e a ooforectomia. (15,25) O tratamento cirúrgico endovascular consiste no implante de pequenasmolas para causar obstrução da veia ovariana e/ou da veia ilíaca interna. Também pode ser reali- zada escleroterapia comEDEde polidocanol. Outros agentes tambémpodemser utilizados para ocluir a veia, como gelfoam, sulfato de tetradecil e cianocrilato, dentre outros. (15,25) REFERÊNCIAS 1. Eklöf B et al. Updated terminology of chronic venous disorders: the VEIN-TERM transatlantic interdisciplinary consensus document. J Vasc Surg. 2009;49(2):498-501. 2. Castro-Ferreira R, Cardoso R, Leite-Moreira A, Mansilha A. The role of endothelial dysfunction and inflammation in chronic venous disease. Ann Vasc Surg. 2018; 46:380-393. 3. Ortega MA, Fraile-Martínez O, García-Montero C, Álvarez-Mon MA, Chaowen C, Ruiz-Grande F, et al. Understanding chronic venous disease: A critical overview of its pathophysiology and medical management. J Clin Med. 2021;10(15):3239. 4. Bergan JJ. A unifying concept of primary venous insufficiency. Dermatol Surg. 1998;24(4):425-8. 5. Lurie F, Passman M, Meisner M, Dalsing M, Masuda E, Welch H, et al. The 2020 update of the CEAP classification system and reporting standards. J Vasc Surg Venous Lymphat Disord. 2020;8(3):342-352. 6. Beebe-Dimmer JL, Pfeifer JR, Engle JS, Schottenfeld D. The epidemiology of chronic venous insufficiency and varicose veins. Ann Epidemiol. 2005;15(3):175-84. 7. Brand FN, Dannenberg AL, Abbott RD, Kannel WB. The epidemiology of varicose veins: the Framingham Study. Am J Prev Med. 1988;4(2):96-101. 8. Cassou MF, Gonçalves PCZ, Engelhorn CA. Probabilidade de refluxo nas veias safenas de mulheres com diferentes graus de insuficiência venosa crônica. J Vasc Bras. 2007;6(3):238-245.

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