Publicação científica trimestral do CREMERJ - volume 3 - número 1 - 2024

85 Med. Ciên. e Arte , Rio de Janeiro, v.3, n.1, p.80-87, jan-abr 2024 Bastão de Asclépio ou Caduceu de Hermes – Qual é o verdadeiro símbolo da Medicina? Antônio Braga, Jorge Rezende-Filho Figura 7 Ilustração de Hans Holbei, o Jovem (1498-1543) para logotipo editorial de Johann Froben. Figura 8 Frontispício da obra de Hipócrates publicada por Hieronymus Frobenius em 1538. Notar a semelhança entre a marca da tipografia de seu pai (Johann Froben) e o caduceu de Hermes. observar ao analisar o dicionário de tra- dução franco-americano, Harrap, que re- laciona “caducée” em primeiro lugar com “caduceus”, seguido por “Aesculapius’s staff”, demonstrando as limitações filoló- gicas aqui envolvidas. Contudo, foi a adoção do caduceu de Hermes como lábaro da saúde pelo Exér- cito norte-americano, a partir de 1902, o principal responsável pela confusão desses símbolos nos dias atuais. Bem verdade que esse símbolo já fora empregado por exércitos da Antiguidade, como símbolo de paz, como nos apresenta Tucídides em sua História da Guerra do Peloponeso, sendo também utilizado pelos romanos na disputa de Car- tago. (16) Isso remonta à mitologia atribuída a Hermes, a quem cabia conduzir os mortos ao reino de Hades, fomentando o costume dos soldados que, ao procurar os feridos nos campos de batalha, portassem o caduceu de Hermes, que equivaleria a uma bandeira branca ou mesmo a uma cruz vermelha, empregada nos conflitos recentes. (17)

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